"Moradores da Floresta": Exposição Itinerante Revela os Segredos da Vida Selvagem e da Plastinação no Espírito Santo
A cidade de Montanha, no norte do Espírito Santo, receberá, a partir do dia 10 de outubro, uma exposição inovadora e educativa: “Moradores da Floresta”. O evento promete oferecer ao público uma experiência imersiva e única, onde será possível observar de perto a fauna brasileira e aprender sobre uma técnica científica de preservação de tecidos biológicos, a plastinação.
A exposição contará com mais de 100 espécimes plastinados de animais, incluindo espécies emblemáticas como a onça-pintada, jaguatirica, anta e harpia, além de modelos anatômicos humanos. Os visitantes terão a oportunidade de compreender a importância da preservação do meio ambiente, enquanto são apresentados a uma técnica científica de ponta, que ajuda a conservar corpos sem a deterioração comum causada por micro-organismos.
A plastinação, como explica o curador da exposição, Prof. Dr. Athelson Stefanon Bittencourt, é a técnica mais moderna de preservação de tecidos biológicos. “Os egípcios usavam a mumificação, mas o corpo encolhia e, com o tempo, insetos podiam consumir a matéria orgânica. A plastinação resolve esse problema ao substituir a água por polímeros como silicone e epóxi, preservando o corpo de forma permanente”, explica Athelson, que também é coordenador do Museu de Ciências da Vida (MCV) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e referência no uso dessa técnica no Brasil.
Além de sua aplicação científica, Athelson destaca o impacto ambiental dessa técnica, já que muitos dos animais plastinados na exposição foram vítimas de atropelamento ou caça ilegal. “É uma forma de ressignificar esses corpos, trazendo-os de volta à vida de maneira simbólica, enquanto promovemos a conscientização ambiental e científica.”
A exposição tem um caráter itinerante e passará por várias cidades ao longo de 2024, incluindo Vila Velha, Colatina e Guarulhos (SP). Em cada cidade, será oferecido um curso de formação continuada para professores da educação básica, com o objetivo de capacitá-los a tratar sobre os temas de conservação ambiental e ciência nas salas de aula.
Para Athelson, a democratização do conhecimento científico é um dos principais objetivos da exposição. “Muitos dos moradores do interior do Espírito Santo não têm a oportunidade de visitar a capital ou centros acadêmicos, e levar esse tipo de iniciativa para essas localidades é extremamente importante. A exposição abre novas perspectivas para estudantes e professores, além de aproximar a comunidade da universidade.”
Além da mostra interativa, os visitantes participarão de sessões de acolhimento conduzidas por mediadores, que apresentarão o funcionamento da universidade e suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. “Queremos que os alunos vislumbrem a possibilidade real de estudar na UFES ou em qualquer outra universidade pública”, comenta Athelson.
Uma união de forças em prol da educação A exposição “Moradores da Floresta” é fruto de uma parceria entre o Museu de Ciências da Vida (MCV) da UFES, o Laboratório de Plastinação (Labplast), o Centro de Ciências da Saúde da Ufes e diversas instituições como o CNPq, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, além de contar com o apoio de programas de extensão e entidades regionais.
Para escolas e grupos interessados em visitar a exposição, o agendamento pode ser feito através do site https://mcv.ufes.br/agendamento-para-escolas. Em Montanha, a mostra ficará aberta até o dia 19 de outubro.
SERVIÇO:
EXPOSIÇÃO MORADORES DA FLORESTA
Local: Ifes- Campus Montanha. Palhinha - Rodovia ES-130, Km 1, Montanha - ES, 29890-000
Data: 10 a 19 de outubro de 2024
Entrada: Gratuita
Horário de Segunda a Sexta: 8h30 às 12h e 13h30 às 17h
Horário Especial nos dias: 14,15 e 16/10: 8h30 às 12h e 13h30 às 20h
Sábados: 8h30 às 15h (dia 12/10) e 8h30 às 11h (dia 19/10)
Agendamento de visita: https://mcv.ufes.br/agendamento-para-escolas
